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terça-feira, 18 de outubro de 2011

COMO FUNCIONA O SUÍCIDIO QUÂNTICO ? PARTE 3


A teoria dos Muitos Mundos


O experimento mental do suicídio quântico tenta provar aquilo que se tornou uma interpretação da física quântica cada vez mais aceita: a teoria dos Muitos Mundos. Esta teoria foi proposta pela primeira vez em 1957 por um aluno de doutorado da Universidade de Princeton (em inglês), nos EUA, chamado Hugh Everett III. A teoria foi menosprezada por décadas até que um outro aluno de Princeton, Max Tegman, criou o experimento do suicídio quântico, que apóia a interpretação [fonte: The Guardian (em inglês)].



A divisão que ocorre baseada nos resultados possíveis para cada ação.




Segundo a teoria dos Muitos Mundos, para cada possível resultado de uma ação, o mundo se divide em uma cópia de si mesmo. É um processo instantâneo que Everett chamou de "descoesão". Imagine um livro de aventura em que você escolhe a história, mas ao invés de escolher entre explorar uma caverna ou fugir com o tesouro, o universo se divide em dois para que cada ação aconteça.
Um aspecto vital da teoria dos Muitos Mundos é que quando o universo se divide, a pessoa não tem consciência de si mesma na outra versão do universo. Isso significa que o garoto que fugiu com o tesouro e viveu feliz para sempre não faz a menor idéia de sua versão que entrou na caverna e agora enfrenta um grande perigo, e vice-versa.
É o mesmo caso do suicídio quântico. Quando o homem puxa o gatilho, há dois resultados possíveis: a arma dispara ou não. Neste caso, o homem vive ou morre. Cada vez que o gatilho é puxado, o universo se divide para acomodar cada resultado possível. Quando o homem morre, o universo não é mais capaz de se dividir baseado no ato de puxar o gatilho. O resultado possível para a morte é reduzido a um: a morte contínua. Mas com a vida, ainda sobraram duas chances: o homem continua vivo ou morre.
Um guia do mundo quântico?
imagem cedida por Amazon.com
Um guia do mundo quântico?
Mas quando o homem puxa o gatilho e o universo se divide em dois, a versão do homem que viveu não terá consciência de que na outra versão do universo dividido ele morreu. Ao invés disso, ele continuará vivo e terá outra chance de puxar o gatilho. E cada vez que ele puxar o gatilho, o universo vai se dividir novamente, com a versão do homem que vive permanecendo, e ele continua inconsciente de todas as suas mortes nos universos paralelos. Neste sentido, ele poderá existir indefinidamente. É a chamada imortalidade quântica.
Então por que todas as pessoas que alguma vez tentaram se matar não são imortais? O que é interessante na interpretação dos Muitos Mundos é que, segundo a teoria, em algum universo paralelo elas são. Não parece ser o nosso caso, porque a divisão do universo não depende da nossa própria vida ou morte. Somos observadores no caso do suicídio de outra pessoa, e como observadores estamos sujeitos à probabilidade. Quando a arma disparou no universo - ou na versão - que habitamos, ficamos presos naquele resultado. Mesmo que peguemos a arma e continuemos a atirar no homem, o universo vai continuar em um único estado. Afinal, quando uma pessoa morre, o número de possíveis resultados de se atirar em um homem morto é reduzido a um.
Mas a teoria dos Muitos Mundos entra em contradição com outra teoria quântica, a interpretação de Copenhague. Na próxima seção falaremos sobre essa teoria e veremos porque ela muda as regras do suicídio quântico.

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